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Professor Anderson se torna árbitro internacional de Karatê no México

Imagine pai e filha viajando pelo México durante dez dias – 08 a 18 de julho, saindo diretamente de Pirapora de Bom Jesus para o mundo. Dois atletas do karatê. Dois apaixonados pelo esporte. Ela, […]

24 de julho de 2024 11:32 pm Destaque, Manchete, noticias, Sem categoria

Imagine pai e filha viajando pelo México durante dez dias – 08 a 18 de julho, saindo diretamente de Pirapora de Bom Jesus para o mundo. Dois atletas do karatê. Dois apaixonados pelo esporte. Ela, Maria Elisa, oito anos, conquistou medalha de ouro em sua categoria. Ele, Anderson Santos de Souza, 40 anos, conquistou a classificação de árbitro internacional.

Anderson é o professor de Educação Física da Etec Bartô há dez anos e da prefeitura de Santana de Parnaíba há 20 anos. Atualmente é coordenador do Ensino Médio, mas sempre está envolvido na organização ou na coordenação de jogos. Um profissional e tanto. Sua vida é o esporte e sua profissão, o que ama tanto que sua filha o segue pelo exemplo.

Essa é uma história de vitórias, mas também de muito trabalho, como conta Anderson: “Treino Karatê desde 1996. Minha filha iniciou em 2020”. Confira a entrevista completa:

O que diferencia o Karatê de outras lutas?

O Karatê, assim como outras lutas de origem japonesa, como o Judô e Aikidô, por exemplo, trazem consigo uma essência que visa não apenas a luta, mas desenvolver a pessoa de forma integral, trabalhando valores como respeito, disciplina, hierarquia e lealdade.

O Karatê levou você para a Educação Física ou foi o inverso?

No início, meu pensamento era estudar Educação Física para poder ministrar treinos de Karatê. Porém, no decorrer do curso, fui percebendo a magnitude da área de Educação Física e nunca tive o Karatê como fonte de renda.

O Karatê entra na minha vida como uma oportunidade de praticar um esporte diferente, que não fosse o futebol. Havia praticado voleibol, judô e natação. Porém foi o Karatê que me fez apaixonar pela prática de exercícios físicos. Me fez compreender que era possível me desafiar todos os dias em busca de melhorar a mim mesmo como pessoas e como atleta.

Você acabou de se consagrar como árbitro internacional do Karatê. Conte-nos sua jornada e como vc conquistou tal reconhecimento?

Ser árbitro de karatê sempre foi o meu objetivo depois que deixei de ser atleta. Mas sempre almejei caminhar para chegar ao reconhecimento internacional na arbitragem. Iniciei bem cedo minha trajetória, ainda como Staff em 2001. De lá pra cá fui estudando, participando e me especializando para ser reconhecido no mundo do karatê como árbitro.

Tive participações importantes na arbitragem paulista e nacional, subindo ao poucos cada degrau de Staff para Bandeirinha (Judge) chegando a Árbitro principal (Referee) e Chefe de Arbitragem (Chief Referee). Hoje (desde 2022) íntegro o quadro de membro da Comissão Nacional de Arbitragem da Confederação Brasileira de Karatê Interestilos, sendo um dos três paulistas apenas que representam nosso estado nesta Comissão que é composta por membros dos mais diversos estados do Brasil.

Em 2023 me qualifiquei a Árbitro AA (classificação máxima na arbitragem nacional), o que me daria a oportunidade de tentar a arbitragem internacional. Em Monterrey, no México, participei do curso de arbitragem e atualização das regras internacionais, sendo aprovado com louvor nos quesitos teóricos e práticos, dando-me a certificação de árbitro internacional.

Uma experiência realmente incrível! Um sonho realizado, eu diria.

Qual será sua próxima conquista nesse esporte?

Penso que este é só o início de uma grande jornada e não podemos parar por aqui. Podemos ir ainda mais longe, pois o difícil é apenas dar o primeiro passo. Em 2025, o Campeonato Mundial será na Suécia e Dinamarca onde acontecerão eventos simultâneos em ambos os países. Ainda não sei dizer quantos atletas brasileiros estarão lá, mas já estamos nos organizando para este evento. Já em 2026, o Brasil sediará este grandioso evento e faremos uma grande campanha para que a nossa delegação brasileira seja a maior já vista neste evento mundial.

Como foi sua experiência no México? O que você aprendeu e o que você ensinou?

Participar do “12th WUKF Word Championship Karate” na cidade de Monterrey (Nuevo León), no México foi simplesmente gratificante. Uma experiência incrível e que ficará para sempre guardado na memória. Aprendi muitas coisas novas na arbitragem e nas regras internacionais. Pude conversar com pessoas de diversas nacionalidades e aprender um pouquinho sobre culturas e costumes diferentes. Pude sentir, na prática, o quanto o Brasil é querido lá fora. Não houve um só momento que saímos nas ruas de agasalho da seleção brasileira que as pessoas gritavam “Brasil, Brasil!” e nos abraçavam e queriam tiram fotos conosco. Assinamos camisetas e bandeiras de outras nacionalidades como México, Peru, Argentina e Canadá… foi maravilhoso!!!

Qual é sua dica para quem quer fazer do esporte a sua profissão?

A palavra é perseverança! Se você tem uma meta, saiba que também haverá as dificuldades. Essas dificuldades não são para te fazer desistir, mas para te fortalecer ainda mais em busca de seus objetivos. Trace metas, revise suas rotas e mantenha-se com o olhar naquilo que você tem como principal objetivo. O karatê nos ensina isso desde muito cedo, a focar e todos os dias tentar se superar. Lembre-se: A vitória é o resultado daquele que nunca desistiu… É isso que procuro ensinar para os meus alunos durante os treinos.

O que eu não perguntei que você gostaria de acrescentar?

Gostaria de agradecer imensamente a oportunidade de poder contar um pouquinho sobre minha experiência no México e poder também falar um pouco daquilo que, para mim, não é apenas uma modalidade desportiva, mas um modo de vida, algo que me preenche e me completa como pessoa… É isso que o Karatê em sua essência representa para mim. Muito obrigado!!!

Maria de Fátima Morina – MTB 52.749

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